Ouvia no rádio o excelente colunista Salomão Schwartzman que falava sobre o festival de platitudes que os jogadores dizem durante as coletivas. Pérolas como “A vitória é importante”, “Faremos de tudo pelos 3 pontos”, podem dar a impressão de um discurso sério e inteligente. Mas os jogadores não são os únicos. Políticos experientes e bem assessorados as proferem intencionalmente.
Tal qual o gerundismo, isso está se tornando uma praga. A receita para impressionar podia ser: Misture bem uma dúzia de platitudes com meia dúzia de clichês, tempere com um pouco de jargão técnico e mande bala! Pelo menos vai parecer infalível.
Sempre que visito um ponto-de-venda, seja a trabalho ou para compras, presto atenção nas telas espalhadas pelo estabelecimento. E freqüentemente me deparo com frases como: “Visite nosso Açougue” , “O que há de melhor em Carnes”, “Pães especiais” ou pior ainda, curiosidades inúteis exibidas entre um anúncio e outro. Por que alguém teria interesse em saber que os habitantes da Ilha de Pago-Pago usam meias verdes no pé esquerdo. Em minha opinião, é um desperdício de tela, não senti nenhuma vontade de conhecer o açougue ou a padaria. Todo mundo diz a mesma coisa dos produtos que comercializa. Se você fosse dono de um estabelecimento, investiria num sistema com tela de 52” para ficar exibindo isso? Põe no programa da Sônia Abraão que você agrada mais.
Ao invés disso, não seria melhor um sistema que mostrasse informações úteis e que resultassem em vendas? Tipo oferta da semana ou dia, produtos que acabaram de sair do forno da padaria, promoções-relâmpago, kits sob encomenda para festas, serviços oferecidos e etc..? Um sistema computadorizado só se justifica se utilizado para exibir informações relevantes e atualizáveis minuto-a minuto, caso contrário é muito mais interessante colocar um DVD player em loop.
Existem informações como hora certa, trânsito, cotações e economia, que apesar de úteis não são adequadas para nenhum estabelecimento de varejo, mas os sistemas têm que oferecer algo interessante, atraente, sob pena de serem solenemente ignorados pelos clientes e perderem o crédito com os lojistas.
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