A OLEA criou um gabinete que transforma o Ipad em um totem de autoatendimento. Feito em alumínio recoberto por pintura eletrostática em pó, tem um design bastante atraente. Os cabos de força ficam embutidos e o acesso à tecla "Home" é restrito, fazendo do sistema a solução ideal para oferecer acesso público ao Ipad que pode estar pregado à parede, sobre uma mesa ou pedestal.
Mas será que é uma boa idéia?
O consultor em tecnologia Tim Dickey diz que não e lista vários argumentos contrários ao uso do tablet como terminal público:
1º A tela de 9" – A tela do Ipad é linda, nítida e brilhante mas pequena para um terminal. A maioria das telas hoje em dia, são bem maiores, 15", 17" ou maiores. O problema se agrava quando surge o teclado na tela, reduzindo-a à metade.
2º Audio – Algumas soluções utilizam áudio e a menos que utilizem fones de ouvido, os alto-falantes do iPad não dão conta do recado em ambientes públicos.
3º Conectividade – Um importante elemento dos terminais, é a flexibilidade para adicionar periféricos. O IPad só tem duas portas físicas o que significa impossibilidade de conexão com scanner, impressora, pinpad, leitores de cartão e etc. Além disso, a conexão com internet é wireless e o padrão predominante no varejo é o acesso via cabo, por questões de segurança e recepção.
4º Gerenciamento remoto – Qualquer terminal hoje possui suporte remoto. O IPad ainda não possui um app para acesso remoto.
5º Robustez – Totens são robustos o suficiente para agüentar ambientes públicos, expostos a grandes variações de temperatura, milhões de toques não tão gentis nas telas, sujeira, poeira 24 X 7. O IPad foi feito para consumo de mídia, ler livros, jornais... Talvez não seja uma boa idéia colocá-lo para funcionar 24 X 7.
6º Segurança – O IPad é muito mais cobiçado e pode ser roubado mais facilmente que um terminal de 50 Kg.
7º Roadmap – A Apple é notoriamente conhecida por mudar os padrões e formatos dos seus equipamentos, mesmo porque essa é uma necessidade de toda empresa de equipamentos de consumo. Os terminais públicos possuem um ciclo de vida muito mais longo que os eletrônicos do mercado. Qualquer mudança provoca grandes transtornos na hora de substituir equipamentos avariados, pois os gabinetes teriam que ser ajustados para os novos formatos.
8º Updates de software – Os terminais de autoatendimento possuem soluções próprias para a atualização. O IPad necessitaria que um técnico acessasse a App Store e fizesse as atualizações manualmente.
9º Restringir o Browser - Os terminais de autoatendimento possuem browsers que são bloqueados para evitar a navegação indevida e não permite que os usuários utizem CTRL+ALT+DEL ou ALT+TAB, por exemplo. Não estou certo de que isso seja possível no IPad.
10º Suporte - Soluções de autoatendimento são desenhadas para durar de 7-10 anos, sendo atualizadas em HW e SW. Os componentes podem e são atualizados freqüentemente. O suporte de sistema operacional e hardware é compatível com esse ciclo de vida mais longo. O IPad é um dispositivo de consumo, cuja virtude é apresentar novas features a cada versão, o que encoraja o abandono das versões antigas e faz com que a substituição prevaleça sobre o reparo ou atualização.
O potencial dos tablets é inacreditável, embora tenham cada vez mais capacidade, não são construídos para utilização em autoatendimento. A experiência de décadas na automação comercial não pode ser ignorada. Para ser bem sucedida, qualquer solução terá que ter suporte a longo prazo (7-10 anos) .
Usar o IPad como terminal de autoatendimento não é a única saída para oferecer uma experiência incrível ao cliente. É possível passar grande parte da experiência do IPad para os totens, criando interfaces tão bonitas e funcionais quanto as do IPad. Muitas soluções em automação já imitam o aspecto brilhante dos botões do IPad/Phone e contam com suporte de longo prazo para fazê-las bem sucedidas.
Mainatec
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